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QUANDO EU FINALMENTE SEREI CAPAZ DE INCORPORAR?
Acredite no seu potencial: mesmo em meio à dúvida e à tristeza, a verdadeira conexão com seus guias pode transformar sua jornada espiritual de maneiras inesperadas. Já fazia quase 18 meses que eu, Márcio, trabalhava naquele terreiro. Exatamente um ano, seis meses e dezoito dias. Eu sabia de cor a contagem dos meses e dias que lá estava. Era ajudante, colaborador e até cambono, auxiliando os guias e os consulentes nos muitos atendimentos que presenciava, além de ajudar a manter aquela simples casa terreiro. Todos me estimavam. Meu conhecimento era grande, fruto de longos meses no chão daquele terreiro do Pai Arruda, em Conceição dos Ouros (MG). Eu sabia como realizar todos os rituais da Umbanda. Em caso de dúvidas, muitos recorriam a mim. Quando algo inesperado acontecia na gira, eu conseguia lidar muito bem com toda a situação e sempre tinha uma palavra de confiança e orientação, dentro da lógica da Umbanda, para quem me procurava por ajuda. Até mesmo os médiuns mais velhos pediam meus conselhos. Porém, ninguém sabia que eu, Márcio, carregava uma grande tristeza no coração: apesar de tantos meses e tanta dedicação, nunca conseguia incorporar. Eu já teria desistido da minha mediunidade, mas as entidades do terreiro sempre me diziam que eu era um grande médium, que deveria ser paciente, pois chegaria o dia em que eu conheceria os guias que me acompanhavam. Com o passar do tempo, o desânimo foi ganhando força. Já não tinha mais tanto prazer em servir à espiritualidade. A repetição me entediava, as atividades pareciam sem sentido, e a ideia de sair da religião se tornou frequente. Naquele dia, eu estava decidido a não ir mais àquela casa. Pediria Agô às entidades e diria ao meu mestre e orientador que precisava de um tempo para me cuidar. Foi uma noite incomum. Primeiramente, muitos médiuns anunciaram que estariam ausentes. O dirigente adoeceu, e os trabalhos seriam abertos por um médium mais velho. A assistência estava lotada. Quando olhei para as pessoas que buscavam atendimento, senti que algo sondava aquele lugar; o terreiro, naquele dia, estava estranho, realmente diferente. Pouco tempo depois da abertura, minha intuição se confirmava: subitamente, alguns indivíduos que aguardavam atendimento caíram no chão e começaram a se contorcer. Era uma clara manifestação de espíritos obsessores. Os médiuns de atendimento, por outro lado, estavam ocupados com casos igualmente difíceis. Eu não tive outra alternativa a não ser agir urgentemente. No momento em que me aproximei dos KIUMBAS, imediatamente soube falar com eles. Não pensava nas palavras, apenas as soltava à medida que fluíam em minha mente. Ao mesmo tempo, estendia as palmas das minhas mãos em direção aos consulentes caídos. Sentia um calor imenso passando pelo meu corpo, da cabeça às pontas dos dedos. E, dessa maneira, consegui normalizar o andamento da cerimônia, ou seja, daquela Gira. Mais tarde, próximo do encerramento, um dos Pretos Velhos pediu para conversar comigo. Disse-me: “Meu filho, em todas estas luas que trabalhou aqui, sua mediunidade sempre foi das mais fortes desta casa. Moço, não precisa fazer girador para fazer a caridade, apesar de que um dia haverá de ter a sua própria casa e muitos filhos e filhas. Seus guias estão contigo, e você tem transmitido suas palavras para todos que buscam seus conselhos. O Axé deles está com você, meu filho. Já os conhece há tanto tempo que até esqueceu o que é viver sem as bênçãos deles.” Então, compreendi que, às vezes, a gente não consegue perceber o quanto somos importantes dentro de um terreiro. E na próxima gira, eu seria visto mais uma vez naquele abençoado Terreiro de Pai Arruda em Conceição dos Ouros (MG), com todas as forças renovadas para mais um dia de GIRA com Pai Arruda. Seria perceptível a alegria que eu irradiava naqueles dias de muitos trabalhos, até que um dia foi a minha despedida da casa. Nunca mais pensaria em abandonar a minha querida Umbanda. Estava decidido a exercer minha missão enquanto minha matéria estivesse em vida e a suportasse. E assim estou até os dias de hoje, rendendo graças aos meus guias e amigos espirituais. Ilê Axé Luz de Odara, Jacareí (SP).Sacerdote Babá Ifá Toki